Gosto muito dos textos da Ana Luiza Alves Lima e mais uma vez não poderia deixar de compartilhar com vocês!
Borá iniciar a semana com essa reflexão! =)
Espero que gostem!
Beijinhos
"Dizem que a dor que machuca é a mesma
que ensina... ou se repete.
Como deve ser que devemos fazer para
mantermos o viço da alma e nos encorajarmos dia a dia para o próximo dia?
Costumo dizer que se é humano, já é relativo por natureza.
Todos que são rápidos no julgamento deixam de
contemplar as inúmeras variáveis possíveis das coisas e das pessoas. Somos
seres cheios de cacoetes, com almas adiposas de apego, e temos como doença
moderna a falta de delicadeza com as pessoas, por isso da real necessidade do
eterno exercício da vigília para que a gentileza - de alguma forma - volte a
fazer parte do cotidiano das pessoas.
Me parece tão raro ouvir "obrigado"
ao invés de "valeu!" ou até mesmo "de nada", que chego a
pensar ser de outro planeta pessoas que utilizam a amabilidade como um recurso
social - ao mínimo - já que ela de fato, abre tantas portas e janelas e
mundos.
Será que é possível manter o vigor no olhar
com tanta cara amarrada, tanta frase dúbia enroscada, tanta pressa
desnecessária?
As pessoas se atrasam a compromissos e quando
chegam, não tem o descalabro de pedir desculpas, mandar uma mensagem de texto
avisando do imprevisto, ou mesmo ligando ou pedindo para que alguém se incumba
disto. Parece ser "normal" atrasar, afinal de contas o trânsito, o
outro compromisso... mil desculpas que não comportam justificativa para o tempo
do outro. Tal descuido nos faz crer que somos menos importantes, e que a vida
atingiu uma mediocridade repugnante.
Devemos cuidar das nossas relações sim, e
melhor ainda, daqueles que fazem parte cotidiana das nossas vidas. Já vi
pessoas tratarem melhor os estranhos da vida que seus próximos colegas de
trabalho, parentes e cônjuges. Como assim?
A vida - definitivamente - vez ou outra
necessita de pausas. Pausas para ajeitar a forma, o tom, o vocabulário, a
emoção, e por que não, a análise. Escutar mais que falar (meu desafio diário) é
prova de sabedoria, pois é aí que você enxerga no outro aquilo que ele é. Se
formos nós os condutores da conversa, perdemos este poder de entender o outro,
já que nossa voz poderá calar a riqueza do outro. E o curioso aqui é que parar
não é interromper, pois muitas vezes, continuar que é interromper.
Certa vez eu li que felicidade é o que
depende do que acontece fora de nós, e alegria depende do que acontece dentro
de nós, por isso, peço sempre, alegria para que eu tenha doçura, e sabedoria
para os momentos de dores, quedas e provações, pois nada deveria tirar o
extrato da leveza que é viver e acreditar que os percalços existem para nos
deixar fortes, humildes e nos lembrarmos sempre, que somos humanos, falíveis e
cheios de defeitos.
A viagem da vida é personalíssima e creditar
culpados, vitimizar momentos e se colocar na posição passiva da própria
vida, é de um desperdício imperdoável! Vamos embora viver, se alegrar e seguir
adiante, com novas perspectivas, novo olhar sobre o mesmo, mesmo sapato sob a
estrada, e o melhor: com cicatrizes dignas dos momentos que nos permitiram ser
quem somos hoje.
E para você que não consegue aceitar um
elogio de cara limpa sem engasgar, pára tudo! O elogio sincero me parece uma
ferramenta poderosa de amor, que multiplica seus efeitos se você simplesmente
agradecer esses momentos ao invés de achar que não merece, achar que é
bajulação ou qualquer sentimento pequeno. Somos ricos e singulares, e
quando merecemos e recebemos um elogio, ele deve ser sorvido com a mesma
entrega que o outro - genuinamente - declamou.
"Dois excessos: excluir a razão, e
admitir apenas a razão." Blaise Pascal"